Litografia Colorida de J. H. Marlet, 1822.[1] |
Esta idéia de educação era própria das sociedades industriais européias que, em meio à revolução industrial, com o crescimento das cidades e aumento demográfico, geraram uma nova postura e orientação em relação ao ensino.
No Brasil o problema educacional figurava na Constituição Imperial e também em decreto de outubro de 1827, onde se estabelecia, no artigo 1º, a criação em todas as cidades, vilas com lugares populosos, de escolas de primeiras letras e no artigo 4º o método de ensino mútuo ou Lancasteriano seria adotado nestas escolas [2].
A câmara de Mogi das Cruzes recebia ofício em 1830 dizendo que : “Não tendo por ora o estabelecimento da Escola de 1as Letras dessa villa pelo methodo Lancastriano, pois que os utensílios que vierão da Corte em conseqüência de minha requisição no ano pp, apenas chegão para serem repartidas pelas 5 Escolas estabelecidas, não tem essa Câmara, e nem a Fazenda Pública, obrigação de fornecer cazas ao respectivo professor...”[3]
Existia um descompasso entre o que era postulado e o que efetivamente ocorria, não existindo as condições materiais para a instalação das escolas de “primeiras letras”.
O Brasil, a província de São Paulo e especificamente Mogi das Cruzes, continuavam com uma feição agrária marcada por uma formação social influenciada por estamentos, pelo patrimonialismo, pelo mando e pela disciplina dos códigos militares aplicados à sociedade.
.
[1] -Ensino mútuo, litografia colorida de J. H. Marlet, 1822. INRP/Musée National de l'Education, Rouen, França http://www.crmariocovas.sp.gov.br/apr.php?t=007a.
[2] -Decreto da Assembléia Geral Legislativa sobre Escola de primeiras letras em todas as cidades, villas e lugares mais populosas do Império do Brasil, 15 de outubro de 1827, in Azevedo, Fernando, A transmissão da cultura, Melhoramentos,5 ed., SP, 1976,p.72
[3] - Requerimentos e ofícios recebidos 1800-1892, Arquivo Histórico de Mogi das Cruzes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário