Mogi se orgulha de sua História de 400 anos, mas se esquece muito rápido desta mesma história. Uma cidade quatrocentista que mostra em seu patrimônio material, aspectos ocultos e simbólicos, raros à percepção da população.
É importante para a região discutir a História local em um contexto onde, a região do Alto Tietê, que atravessa um crescimento demográfico grande, gera demandas das populações novas que não conhecem o lugar, sua cultura e sua história, assim como dos habitantes antigos, que se voltam para a manutenção de sua identidade, por conta deste crescimento da cidade e outros fatores que, em uma sociedade globalizada favorece a fragmentação destas mesmas identidades.
Com a modernidade estes símbolos passam despercebidos pelos cidadãos. Monumentos como o Obelisco, a Gruta Santa Terezinha, ou mesmo os vitrais expostos na Catedral de Sant’Anna, são artefatos excluídos da percepção do mogiano.
Inúmeros fatos contribuem para este cenário de perda cultural, tais como, a poluição visual e o desenvolvimento urbano que acarretam desvios de olhares sobre uma cidade que enraíza em seu intimo aspectos esquecidos, ocultos e desconhecidos.
Trabalhar a História, num sentido amplo, significa conhecer e revelar o passado. Mas podemos perguntar: há uma seleção do que se deve conhecer? Quem seleciona e a quem serve esta seleção?
Para melhor desenvolver esta linha de raciocínio, podemos pensar no significado de três palavras: velar, desvelar e revelar.
Se procurarmos o sentido de velar, vamos encontrar a definição, esconder, dissimular, prejudicar a formação da imagem. Assim, para conhecer uma dada realidade, necessitamos, obrigatoriamente, passar pelo estágio de desvelar que significa aclarar, elucidar, para então atingirmos o sentido de revelar, significando descobrir, mostrar, divulgar.
Há um esquecimento, e neste sentido um ocultamento, onde o conhecimento histórico é sempre expressão de uma postura política: se de um lado são contraditórios (como a própria história), por outro, são percebidos segundo o tempo, o lugar, a classe e a ideologia (e por isso são ocultados). Cabe portanto, ao historiador, procurar evidenciar estes fatos, sem deformações e ocultações, como evidenciado na iconografia memorialista, referente ao quarto centenário da cidade, ao apresentar uma certa noção de progresso e desenvolvimento, viável apenas a partir de uma representação dos tipos humanos presentes na região.
De outro lado, em pontos de devoção popular na cidade de Mogi das Cruzes, o catolicismo tem uma função mais social do que religiosa, exibindo um caráter utilitarista, capaz de gerar um sentimento de identidade e também relações de poder.
Aguardem, nas próximas postagens continuaremos a explorar esta mesma temática - esquecimento/ocultamento - com novos documentos e imagens reveladoras deste imaginário.
É importante para a região discutir a História local em um contexto onde, a região do Alto Tietê, que atravessa um crescimento demográfico grande, gera demandas das populações novas que não conhecem o lugar, sua cultura e sua história, assim como dos habitantes antigos, que se voltam para a manutenção de sua identidade, por conta deste crescimento da cidade e outros fatores que, em uma sociedade globalizada favorece a fragmentação destas mesmas identidades.
Com a modernidade estes símbolos passam despercebidos pelos cidadãos. Monumentos como o Obelisco, a Gruta Santa Terezinha, ou mesmo os vitrais expostos na Catedral de Sant’Anna, são artefatos excluídos da percepção do mogiano.
Inúmeros fatos contribuem para este cenário de perda cultural, tais como, a poluição visual e o desenvolvimento urbano que acarretam desvios de olhares sobre uma cidade que enraíza em seu intimo aspectos esquecidos, ocultos e desconhecidos.
Trabalhar a História, num sentido amplo, significa conhecer e revelar o passado. Mas podemos perguntar: há uma seleção do que se deve conhecer? Quem seleciona e a quem serve esta seleção?
Para melhor desenvolver esta linha de raciocínio, podemos pensar no significado de três palavras: velar, desvelar e revelar.
Se procurarmos o sentido de velar, vamos encontrar a definição, esconder, dissimular, prejudicar a formação da imagem. Assim, para conhecer uma dada realidade, necessitamos, obrigatoriamente, passar pelo estágio de desvelar que significa aclarar, elucidar, para então atingirmos o sentido de revelar, significando descobrir, mostrar, divulgar.
Há um esquecimento, e neste sentido um ocultamento, onde o conhecimento histórico é sempre expressão de uma postura política: se de um lado são contraditórios (como a própria história), por outro, são percebidos segundo o tempo, o lugar, a classe e a ideologia (e por isso são ocultados). Cabe portanto, ao historiador, procurar evidenciar estes fatos, sem deformações e ocultações, como evidenciado na iconografia memorialista, referente ao quarto centenário da cidade, ao apresentar uma certa noção de progresso e desenvolvimento, viável apenas a partir de uma representação dos tipos humanos presentes na região.
Aguardem, nas próximas postagens continuaremos a explorar esta mesma temática - esquecimento/ocultamento - com novos documentos e imagens reveladoras deste imaginário.
Antonio Sérgio Azevedo Damy
Angelo Nascimento Nanni
Glauco Ricciele P. L.C. Ribeiro
Angelo Nascimento Nanni
Glauco Ricciele P. L.C. Ribeiro
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