A serra do Itapeti, desde o século XVII teve a presença e o trânsito da religião junto ao avanço da colonização rumo ao Vale do Paraíba.
Já nos anos 1800 a religiosidade popular esteve presente na habilidade dos santeiros que moldavam o barro e espalhavam imagens de culto doméstico, denominadas paulistinhas.
Pelos caminhos antigos do Itapeti, em direção a cidade de Mogi das Cruzes, havia oratórios de beira de estrada ou pequenas e diminutas capelas numa caminhada de horas das paragens “detrás da serra” até o centro urbano. Era utilizada uma trilha que descia onde é hoje o Jardim Aracy ou a vereda que ia dar no lugar que conhecemos por bairro do Rodeio, além de outras mais.
É do ano de 1888, o relatório da Comissão Central de Estatística da Província de São Paulo que, ao descrever o município de Mogi das Cruzes dizia:
“ Existe no município, no alto do Itapety, uma gruta interessante, que é freqüentemente visitada por muitas pessoas”.
O “Almanaque de Mogi das Cruzes”, trinta anos mais tarde assim se referia ao lugar, ao lado da trilha de tropeiros, que recebia a visita das “gentes da cidade”:
“Penetrando-se nela, desce-se uma escada natural, de dez degraus de pedra (...).Acabando-se de descer a escada, encontra-se outra cavidade de abóboda baixa onde corre uma água pura e cristalina(...).Esse é outro recanto, muito apreciado pelos mogianos...que aí vão em numerosos grupos”.
Provavelmente por volta dos anos 30 foi construído, acima da entrada principal da gruta, um oratório dedicado a Santa Teresinha, freira carmelita canonizada em 1925.
A partir deste momento a gruta passa a exibir, além de seu atrativo natural, uma função religiosa, incorporando a peregrinação e as orações.
As fotos dos anos 30, 40 e 50 mostram o grande número de pessoas que subiam a serra em domingos e feriados como o 1º de Maio.
Hoje no alto do Itapeti, com vista para a cidade, repousa no alto de uma rocha um oratório com a imagem semi destruída de Santa Teresinha.
Lugar conhecido e freqüentado desde o final do século XIX, no século XXI a intolerância destruiu o rosto da imagem, que não olha mais na direção da cidade.
Fontes:
AESP
Arquivo Histórico de Mogi das Cruzes
Attwater, Donald.Dicionário de Santos, 2ºed.pag.274
Veja mais fotos da gruta no Arquivo Digital Mogiano
Semi destruída? mas porque? deve de existir uma maneira de deixar em melhor estado. Depois um lugar místico de fé(...).
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