quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os caminhos de ontem: a Estrada Geral em 1843

Jornais e TVs apontaram o atraso nas obras da rodovia Mogi das Cruzes-Via Dutra, passando por Guararema e Jacareí. Entre outras intervenções as obras irão contemplar recapeamento, correção de traçado e elevação do leito da estrada.
Antes de ser um assunto corriqueiro, a condição das estradas e a circulação de mercadorias e principalmente pessoas é fundamental para a análise da região e alguns problemas de hoje são problemas de ontem.
Há um documento de 1843, com 16 páginas que nos apresenta o traçado da Estrada Geral que passava por Mogi em direção ao Rio de Janeiro.
Neste “Relatório do estado em q se acha a Estrada Geral q segue d’esta Villa de Mogi das Cruzes a Capital da Província e a Corte do Rio de Janeir°, consertos de q necessita e orçamento das despesas que poderá importar sua completa redificação a quase dez legoas de estençao” é indicado as sessões da estrada que precisam de intervenção, quais as obras e seu custo, no traçado de 66 quilômetros que passava pela cidade até a divisa com Jacareí.
Saindo de Mogi das Cruzes em direção ao Vale do Paraíba os caminhos ganham contornos e o relatório apontava :“Em seguimento d’esta estrada thé a Fazenda do Carmo em Sabaúma necessita ser reparado de enchada em partes aterrar alguns lugares e dar esgotos necessários as águas roçar todo o mato q em partes já para o transito(...) alargala em partes thé vinte parmos pois lugares há q mal passão dous cargueiros a par(...)como tão bem levantarem-se alguns pequenos aterrados, e pontes, p.ª fazer correr as aguas ”.
A importância das obras era justificada pelo “...grande tranzito de tropas de caffé, não só desta Villa, como das villas vizinhas que por Ella exportão e importão os gêneros de seo consumo, as tropas soltas, Boiadas, q por Ella tranzitão no tempo da Feira e os recursos que todos os viajantes encontrão n’este Município tão antigo e conhecido por todos...”.
Nos caminhos antigos há uma memória de uma formação histórica regional onde podemos aprender e apreender a circulação de tropas de comercio, negociantes e pessoas diversas, o ir e vir de viajantes, dos habitantes da região, enfim dos que deram vida ao local.
Fonte: ALESP