quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A gruta de Santa Teresinha



A serra do Itapeti, desde o século XVII teve a presença e o trânsito da religião junto ao avanço da colonização rumo ao Vale do Paraíba.

Já nos anos 1800 a religiosidade popular esteve presente na habilidade dos santeiros que moldavam o barro e espalhavam imagens de culto doméstico, denominadas paulistinhas.

Pelos caminhos antigos do Itapeti, em direção a cidade de Mogi das Cruzes, havia oratórios de beira de estrada ou pequenas e diminutas capelas numa caminhada de horas das paragens “detrás da serra” até o centro urbano. Era utilizada uma trilha que descia onde é hoje o Jardim Aracy ou a vereda que ia dar no lugar que conhecemos por bairro do Rodeio, além de outras mais.

É do ano de 1888, o relatório da Comissão Central de Estatística da Província de São Paulo que, ao descrever o município de Mogi das Cruzes dizia:
“ Existe no município, no alto do Itapety, uma gruta interessante, que é freqüentemente visitada por muitas pessoas”.

O “Almanaque de Mogi das Cruzes”, trinta anos mais tarde assim se referia ao lugar, ao lado da trilha de tropeiros, que recebia a visita das “gentes da cidade”: 

Penetrando-se nela, desce-se uma escada natural, de dez degraus de pedra (...).Acabando-se de descer a escada, encontra-se outra cavidade de abóboda baixa onde corre uma água pura e cristalina(...).Esse é outro recanto, muito apreciado pelos mogianos...que aí vão em numerosos grupos”.

Provavelmente por volta dos anos 30 foi construído, acima da entrada principal da gruta, um oratório dedicado a Santa Teresinha, freira carmelita canonizada em 1925.

A partir deste momento a gruta passa a exibir, além de seu atrativo natural, uma função religiosa, incorporando a peregrinação e as orações.
As fotos dos anos 30, 40 e 50 mostram o grande número de pessoas que subiam a serra em domingos e feriados como o 1º de Maio.








Hoje no alto do Itapeti, com vista para a cidade, repousa no alto de uma rocha um oratório com a imagem semi destruída de Santa Teresinha.

Lugar conhecido e freqüentado desde o final do século XIX, no século XXI a intolerância destruiu o rosto da imagem, que não olha mais na direção da cidade.

Fontes:

AESP
Arquivo Histórico de Mogi das Cruzes
Attwater, Donald.Dicionário de Santos, 2ºed.pag.274

Veja mais fotos da gruta no Arquivo Digital Mogiano

Um comentário:

  1. Semi destruída? mas porque? deve de existir uma maneira de deixar em melhor estado. Depois um lugar místico de fé(...).

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